Patronos do Grêmio

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Patronos do Grêmio

A figura de Patrono do Grêmio foi instituída em 30 de julho de 1946, por iniciativa de Severino Nuñez Filho, com a criação do artigo 161 do Estatuto do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. A intenção era estabelecer uma honraria suprema para gremistas de notável dedicação e múltiplos serviços prestados à instituição, reconhecendo aqueles cujo legado estivesse indissociavelmente atrelado à história e grandeza do clube.

Aurélio de Lima Py (1946-1949)

O primeiro a receber o título de Patrono foi Aurélio de Lima Py, em 1946. Ex-presidente em nove mandatos — 1912, 1913, 1915, 1919, 1920, 1921, 1922, 1929 e 1930 —, Aurélio consolidou-se como um líder icônico no clube. Inspirado pela filosofia positivista de Auguste Comte, adotou o lema "Amor por princípio, ordem por base e progresso por fim", norteando suas ações à frente do Grêmio com integridade e senso de justiça.

Além de sua trajetória no Grêmio, Aurélio foi um dos fundadores da Federação Rio-Grandense de Desportos, a raiz embrionária da atual Federação Gaúcha de Futebol. Médico e professor, ele defendia a ética e a honestidade, valores que refletiam em sua postura e condução no clube. Aurélio de Lima Py faleceu em 29 de agosto de 1949, deixando vago o cargo de Patrono por mais de uma década.

Fernando Kroeff (1960-1997)

Em 20 de dezembro de 1960, o empresário Fernando Kroeff foi nomeado Patrono do Grêmio. Ex-presidente em 1958 e Grande Benemérito desde 1959, Kroeff era uma presença constante e respeitada na vida gremista. Atuava como mediador nos momentos de crise e era frequentemente convocado para opinar em reuniões estratégicas, dada sua postura ponderada e conciliadora.

Kroeff foi um dos líderes mais influentes do Grêmio no período pós-Segunda Guerra Mundial. Sua imagem estava associada à prudência e ao espírito apaziguador, qualidades que ajudaram a unir as diferentes correntes políticas do clube. Em sua nomeação, o então presidente João Leitão de Abreu parodiou o poeta Terêncio, afirmando: "Fernando é gremista e nada do que é do Grêmio lhe é desconhecido". Kroeff faleceu em 27 de agosto de 1997, encerrando um ciclo de dedicação ímpar ao clube.

Hélio Dourado (2014-2017)

Após um longo período sem a nomeação de um novo Patrono, o Conselho Deliberativo do Grêmio, por proposição do associado Fábio Mundstock, indicou Hélio Dourado para a honraria em 2014. Ex-presidente entre 1975 e 1980, Dourado foi o grande responsável pela concretização do sonho da construção do Estádio Olímpico Monumental, símbolo do crescimento e da profissionalização do Grêmio nas décadas de 1970 e 1980.

Grande Benemérito desde 1997, Dourado eternizou sua presença na Calçada da Fama em 2011, um reconhecimento pelos seus esforços na consolidação do patrimônio gremista. Faleceu em 1º de agosto de 2017, abrindo mais uma vez a vaga de Patrono do Grêmio.

Luiz Carlos Silveira Martins (2023-2024)

Cacalo presidiu o Grêmio entre 1997 e 1998, um período de grandes conquistas e desafios para o clube. Em 10 de agosto de 2023, ele foi escolhido Patrono do Grêmio, recebendo 99,26% dos votos dos conselheiros. Sua indicação ocorreu em um momento de forte conexão emocional com o clube, marcada por sua intensa participação nos bastidores e na condução institucional. Em seu discurso de nomeação, declarou: "Não interessa a minha trajetória, mas a grandeza do Grêmio, um clube diferenciado, que carrega o amor de cada um de nós. O Grêmio não é meu, não é de ninguém, o Grêmio é de todos os gremistas".

Faleceu em agosto de 2024, deixando um legado marcado pela paixão gremista e pelo espírito de liderança.